2 - Viagem pela minha pintura



Vou fazer uma viagem rápida pela minha pintura.

Este foi um dos quadros a óleo que pintei mais cedo. Andava no liceu e numa viagem a Zamora, comprei óleos. Quando cheguei durante as férias borrrei alguns pedaços de tabopan. Deste gostei e ainda o conservo.



Continuando: entre outras pinturas que fui fazendo mais duas experiências: um perfil do meu pai (inacabado) e uma «chinoiserie», sobre tabopan.






A entrada na Universidade de Coimbra permitiu-me a frequência do Círculo de Artes Plásticas. Nessa época o tipo de quadros muda. O conceito de arte é vanguardista. Havia perfomances, muita arte abstracta e imensas experiências em vários domínios. Apesar de tudo dei sempre preferência a quadros figurativos. Fiz parte da direcção e participei em exposições









Concluído o curso de Química, entrei na vida profissional. Depois de várias colocações em a leccionar várias disciplinas da minha área fui parar à Figueira da Foz (mais tarde mudaria para Oeiras). Para minha surpresa fiquei a dar aulas de Ciências da Natureza ao 2º ciclo, o que ficava um tanto distante da minha preparação científica. Nada a fazer, tive de me adaptar. Daí que para melhor me fazer entender e comunicar com aquele universo de alunos, recorri à elaboração de imagens. Ilustrei todos os temas quer por meio de fichas, testes,visitas de estudo, ou acetatos. Apresento uma ínfima amostra.

































Ao mesmo tempo fui sempre pintando outros quadros, os tais que não sabia acabar... Mas agora mais suaves, quase monocromáticos, incidindo em rostos. Pensava "o mundo já tem tantos aspectos tristes e aflitivos por que irei eu dedicar o tempo livre a criar mais".A minha maneira de pensar a pintura tinha mudado.







Depois comecei a ver a minha pintura, sempre num universo muito pessoal com um espaço próprio de liberdade e imaginação. Os tons mudam para uma gama de azuis e começo a libertar a imaginação introduzindo uns pássaros imaginados e composições mais livres.





Numa viagem de férias à Checoslováquia a minha pintura acabaria por mudar. Vi a pintura naïf chca feita em vidro. Pensei "mas é isto mesmo que eu faço para as aulas quando faço acetatos, só o material é diferente.

A paixão pela pintura naif foi imediata. De volta trouxe a vontade de retratar, com traços, cores e formas, cenas da vida portuguesa. Comecei por trabalhar em vidro, que mais tarde viria a abandonar: «O desgosto de ter quebrado alguns quadros levou-me a substituir este material pela tela e assumir como própria a forma de pintura naïf. No entanto a experiência com o vidro foi proveitosa: como os quadros se começam do fim para o princípio, isto é dos pormenores para a base, pintada esta parte estava terminado e eu acabava os quadros.







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