Para que os Salões de Arte Naïf fossem um sucesso a Câmara Municipal da Lousã tratava com especial carinho os artistas naïfs. Se todas as câmaras de interior procedessem assim minoravam problemas da interioridade.
Garantia aos artistas transporte de ida e regresso entre Coimbra e a Lousã e oferecia um almoço de convívio aos artistas.
O convívio com um artista é a melhor forma de conhecer a sua obra. Aqueles momentos eram de verdadeira felicidade na medida em que eram instantes de harmonia e serenidade, vividos no meio de paisagens belíssimas.
Encontrávamos pessoas que acabávamos de conhecer e que já considerávamos amigas pela possibilidade de nos identificarmos com elas.
Foram estes convívios que acabaríam por levar à criação da Associação de Pintores Primitivos Modernos, ditos Naïfs.
Eu fiquei feliz pois quando cheguei à Lousã para o IV Salão de pintura naïf vejo cartazes com um quadro meu que também era reproduzido na capa do catálogo da exposição. Para mim foi uma ocasião especial e muito gratificante.
Acontece que a vida vai-nos afastando das pessoas que nos fazem felizes. Lembramos os momentos que passamos juntas e sentimos saudade, sentimos vontade e desejo de reencontrá-las e construir novas memórias.
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