sábado, 22 de setembro de 2018

Eu e a pintura naïf - O que é a arte naif

Eu e a pintura naïf


Lisboa,Tejo e tudo...

Gosto de pintar.

Gosto e faço pinturas consideradas arte naif. Pintar é organizar tintas numa determinada ordem.

Criar espaço para dar lugar ao sonho. Toda a arte é naïf na sua origem.

A arte naïf procede a um recuo na zona da imaginação humana, para a sua parte mais pura e que mais se aproxima do mundo da infância. Os artistas naïfs pintam desde o tempo em que o Homem sentiu a necessidade de se dedicar a uma ocupação artística.

O artista profissional implicado na pesquisa ocupa-se de novos campos desvendados pela Ciência e Tecnologia, dos mistérios estruturais dos vários materiais e ainda da implicação do “eu” num mundo marcado por uma forte crise de valores.

O nosso tempo ensinou-nos a olhar o mundo com uma outra perspectiva. A irresistível evolução do progresso técnico, adquirido um pouco à custa de uma deterioração do nosso mundo psíquico, levou, de novo, alguns artistas a procurar imagens elementares.

A arte naïf não constitui uma corrente dentro da arte moderna. Revela preocupações decorativas, é também fonte de prazer pela utilização de um processo pictural imaginativo, em que as emoções e sensibilidade do artista estão presentes. Esta expressão artística representa a sobrevivência de um modo de vida mais natural e espontâneo.


O que é a arte naif





O desejo espontâneo de desenhar e pintar existe desde os primórdios da civilização humana, sendo o seu mais reconhecido exemplo as “pinturas rupestres”.

O termo Arte Naïf foi pela primeira vez utilizado, no virar do século XIX, para identificar a obra de Henri Rousseau, pintor autodidata admirado pela vanguarda artística dessa época, que incluía génios como Picasso, Matisse e Paul Gauguin, entre outros.


Com esta génese, a Arte Naïf começou a afirmar-se como uma corrente que aborda os contextos artísticos de modo espontâneo e com plena liberdade estética e de expressão e os seus seguidores definem-na hoje como “a arte livre de convenções”.

A Arte Naïf é concebida e produzida por artistas sem preparação académica específica e sem a “obrigação” de terem de utilizar técnicas elaboradas e abordagens temáticas e cromáticas convencionais nos trabalhos que executam. 

Isto não significa que não estudem e aperfeiçoem de modo autodidata e experimental o desenvolvimento das suas obras, e não implica que a exigência de qualidade das mesmas seja menor.

A capacidade artística é um dom inato no ser humano e não existem técnicas, regras ou dogmas que, quando ele realmente está presente, lhe possam atrofiar qualidade e retirar valor.
A Arte Naïf não se enquadra também na designação de Arte Popular, diferindo dela na medida em que se trata de um trabalho de criação individual que apresenta peças artísticas únicas e originais.
Caracteriza-se em termos gerais por uma aparente simplicidade e pela liberdade que o autor tem para relacionar ou desagregar, a seu belo prazer, determinados elementos considerados formais; a inexistência de perspetiva, a desregulação da composição, a irrealidade dos factos ou a aplicação de paletas de cores chocantes. 

A Arte Naïf exprime ainda, de um modo geral, alegria, felicidade, espontaneidade e imaginários complexos, resultando, às vezes, todo este conjunto numa beleza aparentemente desequilibrada mas sempre muito sugestiva.


Alguns críticos afirmam que, contrastando com os “académicos”, que pintam com o cérebro, os “ingénuos” pintam só com a alma. Esta frase muito repetida é considerada a verdadeira essência do Naïf.